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MARPE: Um caso clínico
MARPE é uma sigla em inglês para Miniscrew-Assisted Rapid Palatal Expander, que traduzido fica expansor rápido da maxila assistida por mini-implantes.
Hoje ela é tida como uma técnica muito utilizada para conseguir fazer a disjunção da sutura palatina mediana em pacientes adultos jovens.
Dependendo da fase de maturação da sutura palatina mediana é possível fazer uma disjunção nesse grupo de pacientes que elimina a necessidade de uma cirurgia. Isso pode ser feito a partir de um disjuntor ancorado em mini implantes, o MARPE.
Para ilustrar o que é possível fazer com o MARPE vou comentar um pouco sobre a técnica e um caso clínico que tivemos recentemente.
Se você ficou curioso então leia até o final, pois você também poderá ter acesso a um material com imagens exclusivas desse caso para estudo. Acompanhe!
Conhecendo a técnica MARPE a partir de um caso clínico
Esse é um caso recente que foi tido com prognóstico um pouco duvidoso, por isso exigiu muita cautela de toda equipe envolvida, principalmente na fase de planejamento, mas foi conduzido com sucesso, graças a alguns detalhes importantes.
Apesar do paciente não se encontrar em idade avançada ele já possuía a dentição permanente completa. Ele possuía idade de 14 anos e 7 meses e tinha como característica a avançada maturação de sua sutura palatina.
De acordo com a classificação de sutura palatina de Fernanda Angelieri e McNamara, o paciente se encontrava no estágio “C” para “D”, o que eleva a complexidade da disjunção, principalmente em alguns cortes.
1. Procedimento
A primeira etapa foi pedir a tomografia do paciente pois não se faz MARPE sem uma avaliação Tomográfica!
Essa é uma avaliação importantíssima para definir o grau de maturação da sutura palatina mediana.
Feito isso, definimos em alguns cortes que era possível observar linhas mais hiperdensas mostrando o estágio de maturação C. Em outros cortes já não se via essas interdigitações finais, caracterizando então como estágio D.
2. Protocolo de segurança
Através da tomografia também passamos a fazer o protocolo de segurança MARPE, que foi desenvolvido pela Kika, do laboratório Kika Ortodondia e por mim.
Esse protocolo de segurança, como o próprio nome sugere, é um protocolo de avaliação tomográfica que serve para aumentar a segurança durante o tratamento de expansão com mini implantes.
Ele cobre desde a seleção do melhor posicionamento anteroposterior do torno expansor até a seleção do tamanho dos mini-implantes.
Também fizemos as aferições das medidas de volume ósseo, do tecido mole e definimos os tamanhos dos mini-implantes.
3. Instalação
O MARPE já vem pronto do laboratório, o que nos permite dar sequência aos procedimentos.
Foram 4 mini implantes colocados totalmente como planejado na tomografia Eles foram as peças fundamentais da disjunção desse caso clínico.
Os 4 mini implantes ficaram bicorticalizados!
A bicorticalização é a forma de penetração do mini implante por 2 corticais, ou seja, o mini implante fica transfixado na cortical palatina e na cortical do assoalho nasal.
Como a própria literatura reforça, a bicorticalização aumenta muito a estabilidade do mini implante. E no caso do MARPE ela é um dos pilares para seu sucesso!
O objetivo da seleção do tamanho dos mini implantes é justamente conseguir selecionar um que seja grande o suficiente para bicorticalizar, mas que respeite o extravazamento máximo da cavidade nasal.
Preconizamos, baseados também na literatura, 2,5mm que sendo o limite máximo de penetração dentro da cavidade nasal, para que não ocorra nenhum tipo de sinal ou sintoma que seja prejudicial ao paciente.
Existem artigos na literatura que falam até 3 mm, outros que citam até 5 mm, porém eu preconizo 2,5mm e nunca tive problemas.
Nas imagens que compartilharei ao final desse conteúdo você notará que o mini implante que ficou mais transfixado foi o posterior direito, com extravasamento de 2,5 mm.
4. Ativações
O protocolo de ativação do MARPE também é um dos pilares do sucesso, já que é diferente da expansão rápida da maxila tradicional feita com Hyrax ou Haas.
Nós fazemos as ativações com um quarto de volta por dia, mas às vezes existem modificações de paciente para paciente em que precisamos fazer um quarto de volta em dias alternados.
Esse protocolo do MARPE tem tido bastante êxito.
Ele é um bom caminho a ser seguido, com ativações mais lentas, por conta da resiliência do mini implante e a forma dele dissipar sua força na base óssea.
Por ser um dos meus principais focos de aprofundamento ainda devo tratar mais vezes sobre o MARPE por aqui. Não deixe de conferir!
Se você curtiu esse material, então saiba que ele faz parte de um conteúdo mais rico e profundo que produzi no Ortocast.
E caso tenha alguma dúvida fique a vontade para entrar em contato comigo!
Um Forte abraço e até a próxima!
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